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O bíceps é um músculo presente em duas partes do corpo: músculo bíceps braquial (localizado no braço) e músculo bíceps femoral (localizado na perna, coxa). Porém, quando se fala em bíceps, comumente nos referimos ao músculo localizado no braço.
Sua estrutura apresenta duas cabeças, ou seja, duas porções musculares no braço que se confluem em um tendão único na face anterior do cotovelo (tendão distal). Ele auxilia a flexão do braço, sendo suas principais funções flexionar o cotovelo e girar o antebraço.
Quando o músculo é lesionado, a principal perda de função será para fazer movimentos rotacionais como abrir porta, tampa de garrafas, girar chaves, dentre outros. Entre as lesões possíveis, podemos citar lesões em sua substância (ventre muscular), ou em um de seus tendões (tendão proximal cabeça curta, tendão proximal cabeça longa e tendão distal).
As lesões de ventre muscular costumam cicatrizar apenas com repouso e sessões de fisioterapia. Apenas quando há rupturas extensas, que uma cirurgia pode ser recomendada.
Em relação aos tendões, a cabeça curta é a mais importante no que se refere à função, sendo que lesões da cabeça longa levam a perdas menores de função. Já o tendão distal (na parte do cotovelo) é único, e sua lesão leva a perda total de função deste músculo. O tratamento de cada um destes tendões é individualizado.
Além da consulta clínica, o especialista pode pedir uma ressonância magnética, exame útil para verificar integridade de partes moles, define a extensão, retração e posição do tendão ou músculo rompido e pode também identificar lesões associadas.
A cirurgia sempre levará em consideração o tendão lesionado, extensão da lesão e a atividade do paciente. Nos casos não cirúrgicos, sessões de fisioterapia e a prescrição de analgésico e anti-inflamatório, podem ser suficientes.
A cirurgia é indicada diante de inflamações crônicas do tendão da cabeça longa, por conta de processos de impacto articular, lesões de tendões e ligamento. No caso de uma lesão significativa em um paciente ativo, o tendão é retirado de sua inserção e reinserido em uma posição extra-articular protegida. Já em pacientes com menos demanda de atividades, a simples desinserção pode resolver o problema da dor.
As lesões do tendão proximal da cabeça curta são muito raras e mais comumente necessitam de reparo cirúrgico para restituir a função.
Já a ruptura do tendão distal ocorre mais em homens e tem relação com esforços abruptos e intensos. Para os pacientes esportistas e que exercem funções que demandam muito do braço a cirurgia deve ser feita o quanto antes, já que com o passar do tempo o tendão retrai e sua reinserção só será possível mediante enxertos de outros tendões. Nos pacientes mais sedentários o tratamento conservador com fisioterapia e analgésicos não é tão debilitante.